O que não falar sobre comida com os filhos.
O que não falar sobre comida
Elaine Lopes
Senhores pais: cuidado com a forma que você se refere aos seus filhos sobre alimentação, corpo e atividades físicas. Explico: tudo, absolutamente tudo que você fala, mas principalmente o que você FAZ fica gravado no inconsciente do seu pequeno, o levando a reproduzir padrões de comportamento para o resto de sua vida!
Por exemplo: uma mãe que passa toda a vida odiando a si mesma por achar que está gorda tende a poupar seu filho do mesmo destino através de comportamentos restritivos. Com a melhor das intenções, pode abordar o assunto incansavelmente dentro de casa, falando sobre os perigos do excesso de peso e alertando seus filhos sobre comer ou não comer determinadas comidas.
Essa mãe não nota que agindo assim passa a introjetar nessa criança o que tanto tenta evitar: o ódio do ao próprio corpo. Quando uma criança é ensinada que o peso corporal é fundamental para seu valor e felicidade, e que comer qualquer coisa com a conotação proibida é vergonhoso, o desenvolvimento da insegurança corporal é quase inevitável – independentemente da sua realidade corporal.
Por outro lado, um pai que costuma dar comida a sua filha quando esta está triste, ou quando vai bem na escola, tende a criar significados vinculados a comida. Essa moça, ao se tornar una adulta, muito provavelmente irá recorrer à comida para sanar as suas emoçoes de frustração ou recompensa!
O ódio do corpo não é sobre como a pessoa se vê, e sim como ela se sente quando se vê da forma que se vê. Ter o corpo “ideal” não anula as pessoas a sentirem ódio do seu próprio corpo. Porém, isso só pode ser alcançado com os pensamentos corretos. E dependendo da forma que as crianças são moldadas, é a maneira que elas responderão futuramente.
Nunca fale sobre o peso
Não comente sobre suas próprias frustrações em relação a peso e corpo com seus filhos. E, se possível, busque ressignificá-las. As crianças precisam entender que o peso de uma pessoa é tão sem relação com a auto-estima quanto a sua altura, cabelo, cor de olhos ou de pele.
Nunca fale sobre alimentos proibidos ou permitidos
Quando falamos de comida, devemos falar sobre seu valor nutricional. Ensine seus filhos – e aprenda também – que alguns alimentos a fazem crescer, correr rápido e levantar coisas pesadas. Outros a ajudam a aprender e impedem que ela fique doente. E alguns são apenas gostosos.
A propósito, não proíba alimentos
Se você proibir qualquer tipo de alimento é possível que você esteja criando um “comedor às escondidas” ou qualquer outro tipo de associações boas / más com a comida. Permita que seu filho coa todo tipo de alimento, desde que com equilíbrio e consciência. Por exemplo, é possível sim consumir alimentos processados algumas vezes, desde que saibam que eles não ajudam o seu corpo a crescer.
Seu filho irá comer quando estiver com fome
É importante que seus filhos sintam desde cedo o controle de seus próprios apetites. O corpo de uma criança – assim como de um adulto – sabe quando está com fome e quando está cheio, então tudo o que ela precisa fazer é ouvi-lo. Não a obrigue a comer quando não quer. Fazer isso ajudará a evitar que a criança coma para sanar qualquer tipo de emoção.
Foque no que o corpo é capaz de fazer, e não como ele é!
Mostre ao seu filho a importância de ele ter um corpo saudável e disposto, capaz de exercer atividades como correr, saltar, saltar, rolar. Assim, ele passará a valorizar o seu corpo em termos do que pode fazer em vez de como parece. Assim, ele entenderá a importância de se alimentar adequadamente para poder desfrutar de sua energia.
Sabemos o quanto a postura dos pais dentro de casa serve como exemplo para a educação emocional de seus filhos. Mas não devemos esquecer que há outras influências externas consideráveis para auxiliar na definição da auto imagem das nossas crianças: as indústrias de dieta, beleza e cirurgia plástica são magistradas no cultivo da insegurança em meninas e mulheres.
Mas se, enquanto pais, fizermos a nossa parte, iremos ajudar nossas crianças na batalha entre a sua auto-estima. Vamos ajudar nossos filhos a amar os seus corpos, não odiá-los. E, ao fazê-lo, certamente encontrarão o equilíbrio necessário e farão escolhas saudáveis, já que somos mais propensos a cuidar do que amamos.
Vem comigo e viva leve!
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Elaine Lopes é Psicóloga, Coach Sistêmico, Membro da Internacional Coach Federation, Master Practitioner em PNL, MBA em Gestão e Desenvolvimento de Pessoas e Especialista em Transtornos Alimentares e Obesidade.
Atua nos atendimentos psicoterapêuticos (terapia cognitiva comportamental) e como Coach de vida e de emagrecimento.