Sexualidade e Menopausa: Redescobrindo o Prazer com Conhecimento e Sensibilidade
A menopausa marca uma transição fisiológica inevitável na vida da mulher, trazendo mudanças hormonais, emocionais e corporais. Entre os aspectos mais circunscritos ao silêncio está a sexualidade, normalmente encarada como algo que se perde. No entanto, essa percepção não corresponde à realidade. Com informação, autoconhecimento e intervenções adequadas, é possível redescobrir prazer e intimidade em uma nova perspectiva de vida.
A Realidade Estatística
Estudos mostram que as alterações na sexualidade durante a menopausa são frequentes — mas também tratáveis:
Até 45% das mulheres enfrentam dificuldades sexuais nessa fase, de acordo com a Sociedade Norte-Americana de Menopausa medicinaconsulta.com.br.
Outro levantamento aponta que entre 20% e 40% das mulheres apresentam queda de libido durante a transição para a menopausa UOL+1.
Um estudo brasileiro da Domma com 2 mil participantes revelou que 65% das mulheres relataram diminuição do desejo sexual e 56% sofreram com ressecamento vaginal Portaltela.
Pesquisa envolvendo 4.753 ginecologistas no Brasil constatou que o desejo sexual hipoativo (DSH) — redução persistente da libido — é a queixa sexual mais comum, afetando cerca de 60% das mulheres, com 67,5% relatando angústia relacionada a isso. Menos da metade busca ajuda profissional Febrasgo.
Esses números revelam que não se trata apenas de um impacto biológico, mas também emocional, cultural e relacional — e que muitas mulheres não encontram apoio adequado para lidar com essas transformações.
Especialistas Compartilham Sabedoria
"A queda hormonal impacta a lubrificação natural e pode causar desconforto nas relações, mas existem diversas soluções médicas seguras, como lubrificantes específicos, laser íntimo e até terapias hormonais, quando indicadas."
— Dra. Helena Souza, ginecologista especializada em saúde da mulher.
"Muitas pacientes me dizem que, após os 50 anos, sentem-se mais seguras para expressar desejos e explorar novas formas de prazer. O segredo é abrir espaço para o diálogo com o parceiro e consigo mesma."
— Patrícia Lemos, sexóloga.
"A autoestima desempenha um papel crucial. Quando a mulher cuida do corpo e da mente, sente-se mais confiante para viver a intimidade sem vergonha ou medo."
— Marina Costa, psicóloga especializada em saúde emocional feminina.
Saúde Íntima e Bem-Estar São Caminhos para o Prazer
Algumas medidas que têm comprovado benefícios:
Lubrificantes e hidratantes íntimos aliviam o desconforto causado pela secura vaginal — sintoma comum devido à queda de estrogênio (SGM). Isso contribui para uma experiência sexual mais confortável medicinaconsulta.com.brUOL.
Terapia de reposição hormonal (TRH): pode amenizar sintomas como secura e ondas de calor, possivelmente restaurando o desejo MMI ClinicUOL.
Exercícios para o assoalho pélvico, além de atividade física regular, ajudam na circulação e autoestima, impactando positivamente a vida sexual Portaltela.
Apoio emocional e psicológico: essencial para lidar com DSH e outros efeitos relacionados à menopausa, especialmente considerando que muitos não buscam tratamento adequado Febrasgo.
Desconstruindo Mitos e Construindo Novas Narrativas
Falar abertamente sobre sexualidade na menopausa é fundamental para combater estigmas. Ao conviver com mudanças fisiológicas, muitas mulheres relatam se sentir mais livres para explorar intimidade de forma consciente e autêntica — longe de expectativas externas e pressões reprodutivas.
Conclusão
A menopausa não representa o fim da sexualidade — pelo contrário, pode ser o começo de uma relação mais madura e consciente com o próprio corpo e com o parceiro(a). Os dados mostram que muitas enfrentam desafios, mas também que estudos, profissionais e práticas terapêuticas apontam caminhos para resgatar o prazer com saúde, diálogo e liberdade.