Como escolher o melhor produto para o seu tipo de pele?

Como escolher o melhor produto para o seu tipo de pele?

Entrevista com Dra. Elisa Kajita

Fabiana Pio - Jornalista

Diante de tantas opções e lançamentos de produtos de beleza no mercado, torna-se cada vez mais difícil escolher qual é o melhor hidratante, filtro solar ou cosmético ideal para o nosso tipo específico de pele. Por isso, conversamos com a Dra. Elisa Kajita, médica clínica geral especializada em Medicina Estética e Dermatologia, em Londres, para mais detalhes sobre esse assunto:  

1) Quais são os principais ingredientes que fazem mal à pele e à natureza e devem ser evitados na formulação dos hidratantes, filtros solares e cosméticos?

- Parabenos: são desreguladores endócrinos conhecidos, que imitam o estrogênio no corpo e podem levar a desequilíbrios hormonais e, possivelmente, até a câncer de mama.

- Fragrância artificial e perfume: como os fabricantes não são obrigados por lei a detalhar o produto utilizado na fragrância, esse pode ser um coquetel de agentes cancerígenos, alérgenos, desreguladores endócrinos e causadores de irritação.

- Oxibenzona: é um disruptor endócrino e pode alterar a função da tireoide. Também está ligado às alergias de pele. Encontrada em filtro solar, hidratante, protetor labial e maquiagem.

- Polietilenoglicol (PEG): usado em muitos tipos de cosméticos como espessantes, especialmente em loções, shampoo e protetor solar. O PEG é frequentemente contaminado com óxido de etileno (agente cancerígeno)

- Formaldeidos: é usado como conservante em cosméticos. É um agente cancerígeno associado também a asma, neurotoxicidade e toxicidade do desenvolvimento.

- Tolueno: encontrado em esmaltes e corantes capilares. É um solvente petroquímico volátil, que pode ser tóxico para o sistema imunológico e causar defeitos congênitos.

- Derivados do Petróleo: causam constante alergias na pele e cabelos, e principalmente grande impacto ambiental.

- Filtro Solares Químicos: Devem ser evitados a todo custo – especialmente em crianças.  

2) Os hidratantes com acido hialurônico e com serum oxidante em suas fórmulas são hoje os mais recomendados para a hidratação da pele?

A vitamina C, junto com outros antioxidantes, pode ajudar na elasticidade da pele e evitar o envelhecimento precoce. Já o ácido hialurônico, que existe na matriz extracelular, absorve uma maior quantidade de água, deixando a pele mais hidratada, ajudando a reduzir linhas finas e rugas – e deixa uma pele mais brilhosa.  

3) Quais são os tipos de hidratantes mais indicados para as peles secas e peles oleosas? O melhor ingrediente para a pele seca ou desidratada é o ácido hialurônico, devido à sua capacidade de reter até 1.000 vezes o seu peso em hidratação. É importante evitar os ácidos como o salicílico, para não ressecar ainda mais.   Se a sua pele é oleosa, procure um hidratante à base de água, pois são muito menos densos em comparação aos derivados à base de óleo. Use um hidratante não comedogênico, que não obstrui os poros ou causa espinhas.

4) Os cremes de reparação noturnos são realmente eficientes? Os ingredientes mais indicados nos cremes/serum noturnos são ácido hialurônico, vitaminas, peptídeos, fatores de crescimento conhecidos como EGF e retinoicos. A escolha do creme certo vai depender do tipo de pele e da idade. A regeneração celular atinge o pico entre as 23h e as 4h, o que significa que utilizar um produto específico para a noite pode lhe trazer muitos benefícios.

Esse período também é conhecido como o “Sono da Beleza”.

5) Qual é o mínimo de FPS recomendado para o uso diário de filtro solar durante o inverno? O FPS vai depender do UV Índex do dia e da exposição. O recomendado FPS F é de no mínimo 30, com proteção UVA e UVB. Importante lembrar que FPS de 30 bloqueia 97% de raios UVB (o causador da queimadura na pele), e o protetor FPS 50 bloqueia 98% segundo a Sociedade Americana de Câncer.  

6) É preciso aplicar filtro solar em ambientes fechados com luz artificial? Sim! As células de pigmento podem ser estimuladas não apenas pelos raios visíveis de UV do sol, mas também por doses mais baixas de luz ambiente e infravermelha, emitidas pela tela do computador e telefone ou por lâmpadas.