ATÉ BREVE!
ATÉ BREVE!
Com serenidade e gratidão, nesta semana coloco o ponto final em mais um livro e o entrego à editora. Esse ponto final também representa um recesso por tempo indeterminado na aventura de escrever livros. Tenho o lançamento de novos títulos agendados para 2021 e 2022 e outros tantos, de gêneros diversos, para os quais ainda busco editoras. Apenas em 2020 lancei 05 títulos e mais 01 deve ser publicado em dezembro.
São mais de 100 livros escritos, quase todos publicados, sem contar alguns (uns 5, creio) retirados de catálogo a meu pedido. São 23 anos do lançamento do primeiro livro solo. Antes disso, uma década de publicações semanais na imprensa, leituras em programas de rádio e antologias, inclusive em livro. Existem, ainda, as traduções. Alguns livros receberam indicações, prêmios etc. O conjunto da obra me presenteou com dois títulos Doutor Honoris Causa e outras tantas certificações de reconhecimento. Mas, não existe dúvida, o principal é o carinho.
Carinho dos editores, tão cabeça na nuvem e pés no chão quanto eu. Sonhadores e fazedores. Cúmplices. Parceiros. Carinho de livreiros, distribuidores, resenhistas, ilustradores, muita, muita gente. Carinho mais que especial e único dos leitores, que levam o que escrevemos para a casa, para o trabalho, para o avião e para a cama.
Sempre dei um jeito de escrever. Houve fases em que tinha apenas 15 minutos por semana. Em situações em que o trabalho oficial concentrado em dias e horários específicos auxiliou, tive mais espaço e tempo para escrever. Momentos de desemprego renderam mais que preocupações: muitos livros foram escritos nessas situações.
Também sempre dei um jeito para ler e estudar bastante. Agora, parte do tempo da escrita se somará ao tempo de leitura e estudo. Continuarei a escrever pequenos textos de colaboração à imprensa. O recesso temporário é de livros, que voltarão mais adiante, noutra dinâmica, em nova forma de serem criados. Sempre acreditei que não se é escritor apenas quando se escreve, assim como não se é amante de alguém apenas quando o (a) parceiro (a) está próximo. É uma conexão constante e constantemente alimentada. Também acredito que os livros nos escrevem, mas, se eu enveredar por esse tema, agora, escreverei um livro, o que não é o propósito deste texto.
Esta cartinha de agradecimento a todos os que fazem parte desta história foi escrita no Dia de Finados, data em que celebramos passagens e transmutações, dia em que lembramos que “Até breve!” não é “Adeus!”.
Dermes, escritor
@dermesautor