Outubro Rosa: as principais recomendações de prevenção

 NAZARÉ JACOBUCCI

“A vida só é possível reinventada. Mas a vida, a vida, a vida, a vida só é possível
Reinventada”. (Reinvenção – Cecília Meireles)

O mês de outubro é marcado por um evento muito especial, o Outubro Rosa! Este movimento iniciou-se nos EUA, na década de 1990, para estimular a participação da população na prevenção do câncer de mama. A data é celebrada anualmente com o objetivo de compartilhar informações sobre o câncer de mama e promover a conscientização sobre a importância da detecção precoce da doença. Promover o conhecimento e estimular as mulheres a estarem atentas às suas mamas para que possam, em caso de suspeita, fazerem uma investigação oportuna com a especialidade médica adequada.

O câncer de mama é a segunda neoplasia com maior incidência na população feminina no mundo e no Brasil, sendo o primeiro, o câncer de pele não-melanoma. O câncer de mama também acomete homens, porém é raro, representando apenas 1% do total de casos da doença. Relativamente raro antes dos 35 anos, acima desta idade sua incidência cresce progressivamente, especialmente após os 50 anos. Estatísticas indicam aumento da sua incidência tanto nos países desenvolvidos quanto nos em desenvolvimento. Existem vários tipos de câncer de mama. Alguns evoluem de forma rápida, outros, não. A maioria dos casos possuem bom prognóstico.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), estima-se que a incidência de câncer de mama crescerá cerca de 50% em comparação com os dias de hoje, o que corresponderia a 15 milhões de novos casos para o ano de 2020. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), para o Brasil, em 2016, foram esperados 57.960 novos casos de câncer. Sendo que 28%, desse total, seriam câncer de mama.

O câncer de mama não tem apenas uma causa. A idade é um dos mais importantes fatores de risco para a doença (cerca de quatro em cada cinco casos ocorre após os 50 anos). Outros fatores que aumentam o risco da doença são: Obesidade e sobrepeso após a menopausa; Sedentarismo (não fazer exercícios); Consumo de bebida alcoólica; História familiar de câncer de ovário; Casos de câncer de mama na família, principalmente antes dos 50 anos e outros fatores.

Contudo, as recomendações em relação aos exames preventivos possuem diferenças entre alguns países. No Brasil, a recomendação do Ministério da Saúde – assim como a da Organização Mundial da Saúde e a de outros países – é a realização da mamografia de rastreamento (quando não há sinais nem sintomas) em mulheres de 50 a 69 anos, uma vez a cada dois anos. A mamografia nesta faixa etária e a periodicidade bienal é a rotina adotada na maioria dos países que implantaram o rastreamento organizado do câncer de mama e baseia-se na evidência científica do benefício desta estratégia na redução da mortalidade neste grupo.

A American Cancer Society nos EUA, recomenda que a partir dos 40 anos mulheres com risco médio devem ter a escolha para começar as mamografias anuais. Mulheres em idade de 45 a 54 devem fazer mamografias todos os anos. Mulheres com 55 anos ou mais velhas devem mudar para mamografias a cada 2 anos, ou têm a opção de continuar o rastreio anual.

Na Inglaterra, país onde resido, o programa de rastreio da mama do NHS, o nosso sistema público de saúde, convida todas as mulheres com idade entre 50 e 70 para o rastreio a cada 3 anos. Você precisa ser registrada numa clínica local do seu bairro para receber o convite. No entanto, atualmente o NHS está estendendo a faixa etária para incluir as mulheres de 47 a 73 anos de idade. Se você é mais velha do que a faixa etária convite, você ainda pode ter o rastreio a cada 3 anos, mas você não será automaticamente convidada. Para os médicos ingleses, se você tem menos de 50 anos, o risco de câncer de mama é geralmente muito baixo. As mamografias são mais difíceis de ler em mulheres mais jovens, porque seu tecido mamário é mais denso. Há pouca evidência para mostrar que mamografias regulares para as mulheres com idade inferior à triagem poderiam reduzir as mortes por câncer de mama.

Enfim, não importa onde você resida, o que importa é você estar atenta aos sinais do seu corpo, pois a maior parte dos cânceres de mama são detectados pelas próprias mulheres. Todas as mulheres, independentemente da idade, devem conhecer seu corpo para poder identificar se suas mamas estão ou não normais. O autoexame e também a mamografia ampliam as chances de diagnóstico precoce e aumentam as chances de cura.

A prevenção pode salvar vidas, toque-se!

Nazaré Jacobucci
Psicóloga Especialista em Luto
Especialista em Psicologia Hospitalar
Psychotherapist Member of British Psychological Society (MBPsS/GBC)
http://www.perdaseluto.com

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