Empreendedorismo para o Desenvolvimento Sustentável
Diante da globalização de mercado, muitos indivíduos têm decidido criar seus próprios negócios, dando origem ao termo empreendedorismo. Fomentar o empreendedorismo significa fomentar o desenvolvimento sustentável de um país, nos mais diversos setores da sociedade (econômicos, sociais, políticos, etc).
O desenvolvimento sustentável de um país, que é proporcionado pelos novos empreendimentos (startups), é resultado de um desenvolvimento local, isto é, nos distritos, bairros, municípios, estados, etc. Sendo assim, a ideia básica consiste de que, para que o desenvolvimento global seja alcançado, os desenvolvimentos locais também devem ser alcançados (Reis at al, 2006).
Além de entender como o empreendedorismo contribui no desenvolvimento sustentável, é importante entender o papel exercido pelo governo para fomentar e contribuir com o empreendedorismo. Nesse sentido, algumas ações são importantes: educar gente, criar oportunidades e "sair da frente". Isto possibilita a criação, sustentação e evolução de novos negócios inovadores de crescimento empreendedor.
O Brasil se enquadra como um dos países que mais desenvolve atividades empreendedoras, principalmente no comércio varejista, indústria de transformação, alojamentos e alimentação, atividade imobiliárias, construção e venda de veículos. Com relação ao setor de T.I, não só investimentos privados estão em pauta, mas também investimentos governamentais, visando desenvolver startups, com a criação de programas como o Start-Up Brasil. Este programa, por sua vez, vem reforçar as áreas científicas, tecnológicas e econômicas do país, dando chance às novas empresas de software e serviços de T.I a ganharem o mercado, gerando riqueza e desenvolvimento.
Empreendedorismo e o Desenvolvimento Sustentável
A ideia de se promover o desenvolvimento econômico de um país não é recente e, com o advento da globalização, vem-se reforçando ainda mais esta ideia através de novas formas de empreendedorismo. Por um lado, a geração de novos produtos e a preços acessíveis, permitiu que a globalização do mercado se expandisse para muitas localidades. Por outro lado, muitas outras localidades acabaram tendo sua economia restringida devido à alta competitividade de mercado trazida junto com esta globalização.
O empreendedorismo tem papel fundamental no desenvolvimento sustentável de um país, uma vez que fomenta a inovação e, consequentemente, a competitividade e a melhoria contínua na produtividade das empresas, para a geração de um produto ou serviço que se adeque aos anseios do mercado. O citado empreendedorismo modifica a forma de fazer negócio, saindo da “mesmice” e revolucionando para um mundo novo, desconhecido, mas também altamente desejado. Portanto, a importância dos empreendedores é clara: auxiliam a construção de uma sociedade altamente consistente e auto-sustentável.
Segundo Schumpeter (1996), o empreendedor é o elemento fundamental para promover o desenvolvimento sustentável e econômico de um país, uma vez que ele promove a chamada destruição criativa, isto é, substitui produtos e serviços antigos por outros novos e mais interessantes. Da mesma forma, para Leite (2002, p. 51), em qualquer economia, a função do empreendedor é essencial.
O desenvolvimento sustentável de um país é o resultado do desenvolvimento sustentável de todas as partes (regiões, estados, municípios e bairros) que o compõem. Sendo assim, introduz-se o conceito de desenvolvimento local, em que o empreendedorismo lança mão de características, vocações e apelos locais, nas mais diversas categorias, as quais possuem, de certa forma, determinado grau de autonomia de uma em relação as outras (ex.: econômica, social, cultural, ambiental, físico-territorial, político-institucional e científico-tecnológica) (Tenório, 2004).
Portanto, o empreendedorismo é considerado como uma forma de promover o desenvolvimento de uma país, a partir dos desenvolvimentos locais, visando contribuir com a geração de uma sociedade em que o progresso se dê de maneira integrada e sustentável, isto é, para que o crescimento perdure por um longo tempo e não apenas em uma visão imediatista e sem projeções futuras (Reis at al, 2006).
Desenvolvimento econômico local e sustentabilidade
Quando se fala em “local”, no contexto de desenvolvimento econômico, não se deve associar o termo com o sentido de pequeno. Segundo Franco (2000), “local” se refere a um alvo socioterritorial, podendo ser um distrito, município, região, estado, país, partes do mundo, etc.
Desenvolvimento local é a ativação ou reativação econômica e social de uma localidade, visando reintegrar esta localidade, até então esquecida ou “fora do mapa”, conforme as mudanças proporcionadas pela globalização do mercado, a fim de promover a melhoria na qualidade de vida da população (Tenório, 2004). É importante ressaltar que o desenvolvimento é regido de acordo com as características políticas, culturais, econômicas, etc., intrínsecos àquela localidade. Dessa forma, o incentivo e a forma de se contribuir com o desenvolvimento local varia dependendo de onde este incentivo seja aplicado.
Notadamente, o desenvolvimento local e de uma país como um todo, de muito depende de programas de apoio e incentivos. Nesse contexto, os políticos governamentais, no seu conceito estrito de “mostrar serviço à sociedade”, acreditam que o fato de gerar bolsas de auxílio, entretenimento mínimo, entre outros, é suficiente para desenvolver uma localidade. No entanto, além dessas alternativas, o investimento governamental no empreendedorismo local é uma estratégia altamente viável para promover o desenvolvimento.
Segundo Meyer-Stamer (2001), as lideranças políticas deveriam espelhar-se nos países desenvolvidos como uma forma de tentar contribuir com o desenvolvimento local de países em desenvolvimento. Assim, alguns passos podem ser bastante úteis: disponibilização de terrenos, atração de empresas e marketing de imagem local, apoio através de uma agência de desenvolvimento com suporte às empresas e novos empreendimentos (startups).
De maneira geral, o desenvolvimento econômico local depende de vários atores (administrações, sociedade civil organizada, bancos e instituições de créditos, etc), que juntos contribuem para um bem maior, com metas e projetos em comum (Tenório, 2004).
Conforme mencionado anteriormente, a “destruição criativa” possibilita que velhos hábitos sejam jogados fora, abrindo caminhos para a criação de novos produtos e geração de serviços inovadores que se adequem às necessidades do mercado. Em concordância com este ponto de vista, foi proposta por Steve Blank uma metodologia para o desenvolvimento do cliente (Customer Development), a fim de encontrar a associação ideal entre produto e mercado, reduzindo a taxa de insucesso de um novo empreendimento.
Portanto, visando contribuir com o sucesso de uma startup e, consequentemente, com o desenvolvimento local, muitos municípios estão promovendo iniciativas empreendedoras (Amprotec, 2004):
Incubadoras de empresas: ambientes que dispõem de todo o suporte e infra-estrutura física necessários. Uma incubadora pode ser tradicional, tecnológica, de cooperativas, de design, cultural, de turismo, de artesanato, de agronegócios, de serviços especializados, etc;
Cooperativas: empresas e indivíduos com um objetivo mútuo, que se juntam e trabalham cooperativamente;
Parques tecnológicos: espaços devidamente planejados para abrigar empresas que apresentem potenciais inovadores, visando apoiar e acompanhar seu desenvolvimento e competição. Possuem integração com instituições de ensino e pesquisa;
Condomínios empresariais: espaços preparados para abrigar empresas que se cooperam (rateiam custos e buscam competitividade);
Parques agroindustriais: espaços destinados a abrigar equipamentos e empreendimentos na área de agronegócio;
Arranjos produtivos locais (APL): organização de empresas que procuram se diferenciar no mercado com ações inovadoras. Essas empresas são pertencentes a uma mesma cadeia produtiva;
Hotel de projetos: programas que são instalados em universidades ou outras instituições de pesquisas, a fim de fomentar a geração de projetos empreendedores e inovadores;
Escola de empreendedores: programas que visam estimular a cultura empreendedora para a geração de startups. Esses programas podem ser instalados em universidades, centros de pesquisas, organizações, ou mesmo em cidades;
Pólos de desenvolvimento: programas para contribuir com o planejamento, desenvolvimento e implantação de projetos de um mesmo setor.
Apesar da existência destas medidas, muitas outras ações são bem úteis e que podem contribuir com o sucesso de novos negócios: criação de uma secretaria de empreendedorismo e inovação; mecanismos para a geração de emprego e renda; um programa de crédito fácil; programas de incentivos e benefícios (redução de alíquotas e outros impostos); feiras para promoção de negócios; criação de centros de tecnologia; difusão da cultura empreendedora na educação (Amprotec, 2004).
De acordo com Franco (2000), o conceito de desenvolvimento sustentável está diretamente relacionado com a construção de comunidades humanas sustentáveis, isto é, comunidades que detêm características como independência, reciclagem, parceria, flexibilidade e diversidade. Portanto, o desenvolvimento local e sustentável implica contribuir não só com a prosperidade econômica, mas também com a social, política, humana, ambiental e cultural de uma localidade, levando em consideração os anseios e necessidades dos habitantes desta localidade.
Para que o desenvolvimento sustentável ocorra, é necessária a participação de várias atividades: gestão local; planejamento participativo; programas e ações com a demanda pública da localidade; fomento do empreendedorismo; monitoramento e avaliação (Franco, 2000, p. 30).
FONTE: https://pt.wikipedia.org/wiki/Empreendedorismo_para_o_Desenvolvimento_Sustentável