Liberdade financeira: conheça os passos necessários para alcançá-la
Contas atrasadas, falta de dinheiro para traçar planos e realizar sonhos, assim como o desconhecimento sobre os melhores investimentos e como fazer o dinheiro trabalhar para você conseguir sua liberdade financeira.
Em algum ponto da vida, a maioria das pessoas passa por algumas dessas angústias. Neste cenário, é difícil imaginar algum tipo de liberdade financeira, não é mesmo?
De acordo com dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), 76,6% dos consumidores estavam endividados em dezembro/2023.
Contudo, a liberdade financeira não é um sonho inalcançável. Realizar mudanças na forma como lidamos com o dinheiro, com os gastos pessoais e, sobretudo com os investimentos, são caminhos para mudar esse quadro.
Outro levantamento, este da Anbima, aponta que 70% do dinheiro das pessoas que ganham até R$5.000 por mês e conseguem poupar algo está investido na poupança. Em outra pesquisa, a associação também constatou, em 2019, que 75% dos brasileiros não fizeram nenhum tipo de investimento no ano anterior.
Por fim, mesmo com o crescimento recorde do número de pessoas físicas na Bolsa, em 2021, apenas pouco mais de 1% da população brasileira investe em renda variável, um dos passos essenciais para ser livre financeiramente.
No decorrer deste artigo, você vai descobrir o caminho necessário a trilhar para chegar à liberdade financeira:
O que é a liberdade financeira.
As diferenças entre liberdade e independência financeira
Como conquistar a liberdade financeira.
Quanto você precisa para ter liberdade financeira.
Qual é o caminho da liberdade para a independência financeira.
O que é liberdade financeira?
Liberdade financeira é a ausência de barreiras para decidir o que realizar com o próprio dinheiro e como acumular patrimônio com a mais completa confiança e serenidade.
Perceba, então, que é possível desfrutar de liberdade financeira mesmo não sendo milionário. Em outras palavras, possuir liberdade financeira é ter total controle da sua renda e do seu patrimônio para que não encontre amarras para o que deseja realizar. Ou seja, na psicologia financeira, você é quem guia o dinheiro e não o contrário.
Muitos desses obstáculos estão nas dívidas, nos descontroles com os gastos, na falta de reserva de emergência e de investimentos adequados. Portanto, com esses empecilhos, é difícil ter algum nível de liberdade, pois estamos sempre presos às dívidas ou outros fatores que restringem as decisões e fazem o dinheiro ficar fora do seu controle financeiro.
Logo, liberdade financeira não é deixar de fazer o que gosta ou deseja, mas sim realizar sem o peso na consciência de estar ou não fazendo a coisa certa.
São exemplos de uma pessoa financeiramente livre atitudes como:
Poder recusar uma oferta de emprego com tranquilidade ou não se amedrontar caso pretenda ir para uma vaga melhor.
Não fazer sacrifícios para pagar as contas do mês.
Não ser refém das dívidas.
Não viver de contracheque em contracheque.
Ter consciência do que são gastos desnecessários ou por impulso.
Ter certeza que consegue fazer sobrar uma parte da renda.
Tomar decisões sobre gastos com lazer sem prejudicar o plano financeiro pessoal.
Fazer aportes em bons investimentos todos os meses.
Poder investir em sonhos e desejos pessoais com a consciência de que não vai se prejudicar a longo prazo.
Liberdade x independência financeira: existe diferença?
Bom, agora que você compreendeu o que é a liberdade financeira, podemos entrar na discussão se esse conceito se iguala ao termo ‘independência financeira’.
Para início de conversa, é preciso saber que apenas quando se tem liberdade financeira será possível alcançar a independência financeira.
Mas por que isso? Ora, apenas quando se é livre financeiramente que há a possibilidade de se livrar dos obstáculos que mencionamos para criar um planejamento financeiro sólido e de longo prazo que te direcione à independência financeira.
Independência financeira é o estágio em que uma pessoa conseguiu acumular um patrimônio suficiente para ser possível viver da renda passiva que esse patrimônio gera. Em outras palavras, chega um momento em que você não está mais dependente de ter que gerar renda com o seu esforço. É o popularmente chamado “colocar o dinheiro para trabalhar para você”.
Já a liberdade financeira não diz respeito ao valor, mas sim ao grau de autonomia com que a pessoa toma decisões sobre dinheiro com despreocupação. Isto significa comprar ou não determinado objeto, viajar ou ficar em casa, reformar a cozinha ou dar um presente para os filhos, etc.
O que é renda passiva?
Entende-se por renda passiva toda aquela renda que não foi gerada pelo seu trabalho direto, ou em outros termos, “ativo”. A renda passiva deve chegar ao seu bolso como forma de proventos (dividendos e JCP de ações, aluguéis de imóveis, rendimentos de Fundos Imobiliários, direitos autorais, entre outras).
Aplicando com constância em bons investimentos, seu patrimônio será capaz de gerar uma fonte de renda que assegure sua independência financeira.
Uma pessoa de alta renda pode não ter liberdade financeira?
Sim, é possível que uma pessoa rica não tenha liberdade financeira, mesmo que pareça contraditório à primeira vista.
A riqueza por si só não garante a liberdade financeira.
Alguém pode ter muitos ativos, propriedades e dinheiro, mas se estiver preso a obrigações financeiras significativas, dívidas substanciais ou se envolver em investimentos arriscados, sua liberdade financeira pode ser limitada.
Assim sendo, fatores como gestão financeira imprudente, estilo de vida extravagante, compromissos financeiros excessivos ou má tomada de decisões podem comprometer a liberdade financeira, independentemente do patrimônio total.
Portanto, além de acumular riqueza, é crucial adotar práticas financeiras sensatas para alcançar e manter a liberdade financeira.
Como conquistar a liberdade financeira?
Até o momento, na teoria, está tudo muito bonito e certinho, não é mesmo? Mas, na prática, quais são os primeiros passos para alcançar essa liberdade financeira? Dedicaremos esse tópico para falar disso e os principais são:
1. Reveja e repense os seus gastos
Por mais simples que isso possa parecer, ter controle financeiro não é um hábito nacional. Uma pesquisa do SPC Brasil e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) revelou que 45% dos brasileiros admitiram não fazer nenhum tipo de controle efetivo do próprio orçamento. Além disso, mesmo entre aqueles que o fazem, há quem reconheça ter dificuldades na tarefa.
Ter plena consciência dos gastos mensais pode ser mais complicado do que parece, pois há compras por impulso, necessidades extraordinárias, despesas não previstas, entre outras.
O primeiro passo para colocar as finanças em dia é dispor de uma organização completa de quais são os seus gastos para, então, entender o que é ou não essencial e o que é ou não recorrente nas suas despesas.
Portanto, o exercício aqui é colocar na ponta do lápis mesmo, anotar o que você consome todos os meses, o peso de cada conta e os percentuais que você gasta com despesas básicas (alimentação, moradia, educação, transporte etc) e com despesas não essenciais, bem como o que consegue ou não poupar. Com essas informações, os próximos meses ficam bem mais previsíveis.
2. Quite suas dívidas e não faça compromissos impagáveis
Tão importante quanto manter as rédeas sobre os seus gastos, é quitar as dívidas, sobretudo aquelas que estão sujeitas a juros exorbitantes como os do cartão de crédito. Muitas pessoas não conseguem engrenar uma sequência de investimentos, pois estão presas às dívidas extensas e, por vezes, impagáveis.
Desenvolva a habilidade e não tenha medo de negociar os débitos para, então, conseguir mais liberdade financeira para que outros planos da sua vida possam se concretizar.
Por fim, uma vez que um plano tenha sido elaborado e concluído para sair das dívidas, evite fazer novos compromissos impagáveis ou longos demais, somente quando necessário bem planejados.
3. Trace um planejamento de acordo com o seu perfil
Muito bem! Com os gastos e as dívidas sob controle, é hora de esboçar um planejamento financeiro para o curto e o longo prazo. Defina as metas de 5, 15 e 30 anos − ou outros períodos que façam mais sentido para a sua vida e que compreendam um horizonte de tempo parecido − e, com base nessas informações, estude o que precisa ser feito para chegar lá.
Neste momento, é extremamente necessário que você seja organizado e comprometido.
Você pode ainda, além dos prazos, dar nomes aos seus objetivos e sempre revisitá-los, assim como quebrá-los em metas menores que lhe auxiliem ver todo o trajeto até a liberdade financeira.
Uma boa alternativa para montar seu planejamento financeiro e de investimentos é contar com a ajuda de Assessores qualificados.
4. Crie uma reserva de emergência
Um dos itens fundamentais para ter liberdade financeira é constituir uma reserva de emergência, ou seja, aquele dinheiro que você tem reservado em caso de uma necessidade imprevista e repentina.
Importante: especialistas recomendam que você tenha entre 6 e 18 meses do seu custo mensal de vida guardado para eventualidades, tais como: perda do emprego, gasto com saúde imprevisto ou não coberto pelo plano, uma reforma de emergência, etc.
Esse dinheiro pode ser investido em aplicações que visam mais a liquidez do que a rentabilidade, isto é, aplicar onde você pode sacar a qualquer momento, como, por exemplo: Tesouro Selic, CDBs de liquidez diária, conta corrente ou carteira digital que remunera pelo CDI e similares.
Alcançar a liberdade também passa por saber que, em caso de um gasto imprescindível, você estará coberto e terá autonomia financeira suficiente para arcar com ele sem grandes sofrimentos.
5. Eduque-se financeiramente
O próximo passo é aumentar a sua bagagem de conhecimentos sobre educação financeira. Ser financeiramente livre também inclui saber as principais possibilidades que você tem à disposição para cuidar do seu dinheiro e fazê-lo render em bons investimentos.
A cultura da educação financeira ainda é muito incipiente e fraca no Brasil. Um levantamento do Ibope revelou que apenas 21% das pessoas tiveram algum tipo de educação financeira até os 12 anos de idade e 45% não compartilham informações sobre o orçamento doméstico com os filhos.
Portanto, é difícil ter liberdade financeira sem o conhecimento necessário, concorda? Logo, busque se informar sobre o assunto e, se necessário, recorra a profissionais para isso. Graças à internet, a disponibilidade de informações gratuitas sobre o assunto não se esgota. O blog e o YouTube da Toro são exemplos disso.
6. Comece a investir
Por fim, é preciso economizar e começar a investir para buscar não só a liberdade, mas também a independência financeira.
A partir do momento em que você adquire mais informações sobre como lidar melhor com o dinheiro, verá que aplicar em bons investimentos acelera em muito a realização das suas metas.
Para começar sua trajetória como investidor, entenda seu perfil, estabeleça um percentual da sua renda para investir e aplique com regularidade.
Se está em dúvida sobre quais são os melhores investimentos para começar, conte com a ajuda de uma assessoria especializada e busque construir uma carteira diversificada de ativos, com: Fundos de Investimentos, carteiras recomendadas de ações e estratégias na Renda Fixa.
Existem instituições financeiras e corretoras que oferecem uma Assessoria de Investimentos especializada para ajudar o investidor a montar uma carteira balanceada.
De quanto preciso para ter liberdade financeira?
Grant Sabatier, autor do livro Financial Freedom – a proven path to all the money you will ever need (ainda sem edições em português) afirma que o valor para alcançar a liberdade financeira é subjetivo, isto é, difere entre as pessoas, de acordo com os objetivos e o que elas entendem como ser livre financeiramente.
Segundo ele, “apenas quando você sabe o destino é que pode descobrir a melhor rota para chegar lá. Você precisa descobrir o seu número – que é quanto dinheiro que você precisa para alcançar a sua liberdade financeira. O que esse conceito significa para você talvez seja diferente do que representa para mim ou para outra pessoa. Talvez o seu número é quanto você precisa para quitar as dívidas, escapar de viver sempre de contracheque em contracheque, ter dois anos de despesas salvas de modo que consiga viver viajando por um tempo ou ter dinheiro suficiente para poder trabalhar meio horário e passar mais tempo com os seus filhos”.
Portanto, pense e identifique o que significa a liberdade financeira no seu contexto. Assim sendo, será muito mais simples calcular o quanto é necessário para que você se veja sem remorsos ao tomar decisões relacionadas ao dinheiro. Daí, a trajetória até a independência financeira ficará muito mais clara.
Qual é o caminho da liberdade para a independência financeira?
Uma vez que você se entende como financeiramente livre, é hora de pensar no seu caminho até a independência financeira. Inicialmente, é preciso compreender que esse percurso está diretamente ligado ao seu perfil de investidor.
Ao estabelecer uma rotina de aportes constantes em bons investimentos visando, no futuro, a renda passiva, a sua jornada de investidor consistirá em três fases principais:
1) Fase de acumulação: nesse momento, suas reservas são pequenas ou inexistentes. Aqui, o intuito é acumular recursos. Normalmente, nessa fase, os investidores, ainda jovens, devem buscar a diversificação e têm maior tolerância ao risco e seus investimentos, mesmo que visem o longo prazo.
2) Fase da multiplicação: com algum bom volume de patrimônio acumulado, o investidor está no momento de multiplicá-lo para ganhar corpo ao mesmo tempo em que pensa em estratégias de como preservar o que foi guardado até então.
3) Fase da preservação e fruição: com o objetivo estabelecido para a renda passiva alcançado, é hora de o investidor trabalhar exclusivamente nas formas de proteger, manter e desfrutar do seu patrimônio e portfólio de investimentos.
Fonte: https://blog.toroinvestimentos.com.br/educacao-financeira/liberdade-financeira/