Por que a saúde mental no trabalho é tão importante? Entenda!

Por que a saúde mental no trabalho é tão importante? Entenda!

O ritmo acelerado dos dias atuais, somado aos prazos apertados, à competitividade acirrada do mercado e à necessidade de ter uma performance de alto desempenho são ingredientes que podem afetar negativamente o ambiente organizacional.

Por isso, tão importante quanto incentivar a produtividade é cuidar da saúde mental no trabalho. As cobranças sempre chegam e dar suporte aos profissionais da empresa é garantir que a equipe reagirá bem nos momentos de pressão.

Não são todos que têm uma estrutura psicológica forte para enfrentar os desafios contemporâneos. Nesse sentido, promover a saúde mental da sua equipe é prevenir problemas. Neste artigo vamos explicar tudo que você precisa saber sobre o assunto. Siga a leitura!

O que é a saúde mental no ambiente de trabalho?

O bem-estar dos funcionários precisa ser uma busca constante das organizações. Ter um ambiente saudável passa por construir uma relação respeitosa e de confiança mútua, na qual os membros do time enxerguem nos colegas um companheiro. Além da criação de um bom ambiente de trabalho, ações preventivas fazem parte da promoção do bem-estar nas companhias.

É comum encontramos programas de atividades de cuidados com a saúde voltados para a parte física do colaborador. Entretanto, é preciso olhar para a saúde mental assim como para os cuidados com o corpo. Afinal, por se manifestarem de forma silenciosa, muitas vezes as enfermidades psicológicas são deixadas de lado.

Quando um colaborador tem uma fratura no braço, por exemplo, ele precisa de uma tipoia e tem uma série de restrições por conta da lesão, sem falar que apenas de olhar para ele é fácil identificar que, naquele momento, é um profissional que está com limitações.

Por outro lado, em questões de saúde mental não é possível visualizar nenhum machucado e, por isso mesmo, fica mais difícil de perceber quando alguém está passando por dificuldades nesse aspecto.

Existem políticas de cuidado com a parte física em muitas organizações. Por exemplo, ginástica laboral, atendimento periódico por parte de massagistas e fisioterapeutas, grupos de corrida e tantas outras iniciativas que cuidam do físico são recorrentes.

Por outro lado, quando o assunto é a saúde mental, as instituições ainda estão engatinhando. Mas ter um programa de atendimento psicológico é uma forma de preservar a saúde dos colaboradores e evitar transtornos decorrentes de enfermidades “invisíveis”.

Por que é preciso falar sobre saúde mental?

O tema saúde mental ainda é um tabu, não só entre as empresas, mas na sociedade como um todo. A construção histórica em torno do assunto deixou cicatrizes que ainda não foram devidamente fechadas.

Esse estigma vem da forma como as instituições de atendimento a enfermidades mentais tratavam os doentes. Histórias muito tristes sobre os “hospícios” são contadas e, infelizmente, tem muito de verdade nesses relatos.

Por conta disso, muitos se recusam a procurar ajuda de profissionais quando os sintomas aparecem. A ideia de ir a um psiquiatra e a um psicólogo chega a causar aversão em algumas pessoas. Bastante gente considera transtornos mentais “coisas de louco” e ignoram os sinais que a mente está dando.

Muitos já ouviram pessoas desinformadas e preconceituosas dizerem que a depressão, ou qualquer outro transtorno mental, é frescura ou falta do que fazer, não é mesmo? Por isso, o primeiro passo para qualquer solução de saúde mentalé desmistificar o assunto.

Quando a organização dá abertura para se conversar sobre o tema, um número grande de pessoas que passou por algum episódio de transtorno mental se sente à vontade para contar sua experiência e contribuir para quebrar o preconceito em torno dessa questão.

Assim, o setor de recursos humanos deve promover ações para fomentar essa discussão e criar espaço para que esse assunto seja desenvolvido junto a todos da organização. Assim, quando um funcionário precisar de amparo, ele saberá que pode contar com a companhia.

Qual o impacto da saúde mental no desempenho dos gestores?

Um gestor de pessoas precisa estar com a saúde mental em dia para cuidar dos outros funcionários, visto que ele é o elo entre a equipe e a direção. Assim, a responsabilidade de representar os colaboradores e fazer as reivindicações necessárias é de quem ocupa essa função.

Gestores são pessoas que se destacaram na empresa e ocupam cargos de chefia. São eles que tomam as decisões e respondem pelos resultados, tanto bons quanto ruins. Acontece que suportar essa pressão não é uma tarefa das mais fáceis.

Quando esse profissional apresenta crises de ansiedade ou episódios depressivos, o desempenho de toda a equipe é afetado. Assim, visto que o líder é quem incentiva e cobra, quando ele não está bem a equipe sente, de forma que esse profissional precisa ser resiliente.

Por ser essa referência, também é papel do gestor prestar atenção no comportamento dos funcionários. Se algum membro do time que sempre rendeu bem está com dificuldade de desenvolver suas atividades, ou uma pessoa que sempre foi muito comunicativa e se tornou mais introspectiva sem motivo aparente, é hora de ligar o alerta.

Como desenvolver a saúde mental junto aos colaboradores?

O trabalho está intimamente ligado às questões de transtorno mental. A maioria das pessoas passa boa parte do dia no emprego, de forma que encontrar apoio na empresa é fundamental para superar qualquer problema.

Muitas vezes o tempo junto com os colegas é maior do que com a família. Por isso, incluir no dia a dia da empresa ações que estimulem o autoconhecimento é uma ótima forma de desenvolver a saúde mental dos colaboradores.

Além disso, o processo de conhecer a si próprio é uma forma de entender melhor o outro. Afinal, ao reconhecer características individuais, como as qualidades e as limitações pessoais, a inteligência emocional aumenta e o olhar para o outro igualmente se transforma.

Um dos grandes problemas da sociedade é a falta de empatia. Assim, colocar-se no lugar do próximo e enxergar as situações com a perspectiva de todos os envolvidos é uma atitude que deve ser sempre incentivada.

Existem ferramentas muito úteis e fáceis de serem aplicadas. Por exemplo, reservar um momento na semana para conversas em grupo, não necessariamente relacionadas ao trabalho, é um jeito de colocar as pessoas em contato e promover a troca de experiências.

Propiciar a reflexão dos fatos e confrontá-la com os sentimentos que aquela ação causou fará com que a compreensão aumente. Dessa forma, o autocontrole também é exercitado e a capacidade de administrar as situações e as suas consequências cresce.

Colocar um profissional do RH, de preferência um psicólogo, para mediar essas reuniões e fomentar o debate de questões que podem estar atrapalhando o relacionamento e o desempenho fará com que esses encontros tenham impactos ainda mais positivos.

Permita também que os funcionários desenvolvam um projeto que venha ao encontro das causas com as quais eles se identificam. Afinal, mais do que um bom salário, essa geração de trabalhadores quer sentir que está fazendo a diferença.

Quando o colaborador consegue aliar as crenças pessoais aos objetivos e valores da instituição, sua atuação ganha significado. O interessante é que o trabalho com propósito é um dos principais desejos apontados na hora de buscar um emprego.

Incentive também a meditação e a adoção de novos hábitos. Incluir uma atividade diferente na rotina fará com que o colaborador saia da zona de conforto e, ao dominar uma novidade, acredite mais no seu potencial e ganhe mais confiança. Tudo isso colabora, e muito, para a saúde mental no trabalho.

O que a empresa ganha investindo em saúde mental no trabalho?

Transtornos mentais são a principal causa de afastamento do trabalho. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, cerca de 300 milhões de trabalhadores ao redor do mundo sofrem de depressão, sem contar outros transtornos como a ansiedade, a compulsão, entre outros, e esse percentual deve subir cada vez mais.

Ter um programa de cuidados com a saúde mental é atuar para diminuir a incidência de doenças na equipe. Um atestado médico pode se prolongar por meses e meses de acordo com a gravidade da enfermidade e esse profissional precisará ser substituído.

Uma equipe confiante e com a saúde mental em dia também apresenta melhora no relacionamento e, consequentemente, trabalha de forma mais integrada, com profissionais crescendo não só individualmente, mas também como grupo.

O índice de absenteísmo e a quantidade de atrasos diminuem significativamente quando as coisas vão bem na empresa. Afinal, quando se tem um ambiente de trabalho saudável e acolhedor, o ato de ir para o escritório não é visto como uma obrigação.

O investimento em programas de prevenção é irrisório diante dos benefícios de ter uma equipe sempre disposta e pronta para superar os obstáculos. Confira a seguir nossas dicas para implementar ações de cuidados de saúde mental no trabalho.

5 dicas importantes na hora de investir em saúde mental no trabalho

1. Identifique as lacunas

Atuar de forma acertada resulta em economia de recursos e potencialização de resultados. Sendo assim, ao promover uma capacitação, por exemplo, aplique uma pesquisa para descobrir de qual treinamento a equipe precisa e utilize o recurso da melhor forma.

Além de valorizar o colaborador ao ouvi-lo, a companhia descobre os gargalos nos processos. É melhor investir em uma qualificação que resolverá o problema, mesmo que seja um pouco mais cara, do que em uma série de palestras infrutíferas.

2. Crie um plano de carreira

Entre as maiores causas de transtornos mentais no trabalho estão a insegurança e a falta de perspectiva. Porém, quando se institui um plano de carreira, o trabalhador vislumbra as possibilidades de ascensão profissional e sabe que pode crescer na organização.

Mais do que elaborar um organograma de funções, deixe claro os critérios que serão levados em conta na hora de conceder a promoção: tempo de casa, títulos, desempenho e assim por diante. Dessa forma, o funcionário saberá não só onde pode chegar, mas o que é preciso fazer para alcançar a promoção.

3. Saiba dar feedbacks

O feedback faz parte do crescimento profissional, mas a forma de dar esse retorno pode ser devastadora para a saúde mental do colaborador. Isso não quer dizer que o gestor não deve ser firme na hora de fazer as cobranças e indicar os erros, desde que a abordagem seja sempre respeitosa e acrescente algo à vida laboral do funcionário.

E da mesma forma que a crítica é feita, é preciso saber elogiar um trabalho bem executado. O silêncio não é sinônimo de elogio, então, se existem pontos a enaltecer na atuação do colaborador, verbalize os aspectos positivos, aponte o que ele fez de diferente para se sobressair e agradeça pelo bom resultado.

4. Invista na comunicação interna

Implementar uma rede social corporativa é uma boa pedida. Existem softwares ótimos que permitem a troca de mensagens em tempo real, a divulgação de informações de forma eficiente e até a aplicação de questionários que garantem o anonimato dos respondentes para assuntos espinhosos.

Ter um fluxo horizontal de comunicação faz toda a diferença. Quando o funcionário sente que tem voz, ele se permite dar sugestões sem medo de ser recriminado, desenvolve uma relação de confiança e transparência com o gestor e contribui para a melhoria dos processos e da gestão de pessoas na empresa.

5. Seja criativo com os benefícios

Claro que um reconhecimento financeiro sempre é bem-vindo. Mas pense também em outras formas de recompensar uma entrega acima da média. Presenteie um colaborador que se destacou com um voucher para levar a família para jantar ou com ingressos para um show que vai acontecer na sua cidade, por exemplo.

Momentos de lazer são essenciais para a higiene mental e nem sempre os funcionários se atentam a essa necessidade ou têm recursos para fazer esse tipo de passeio. Além de bônus como esses chamarem a atenção para o cuidado que a empresa tem com a equipe, propiciar situações de prazer com a família contribui para a felicidade no trabalho.

Agora você já sabe que a saúde mental no trabalho precisa ser uma prioridade. Organizações que prezam por políticas humanizadas de gestão de pessoas precisam ter essa bandeira como um dos pilares da instituição.

Cada vez mais será preciso implementar ações como as que trouxemos neste artigo para que a sustentabilidade da empresa esteja garantida e que a produtividade seja sempre alta. Transtornos mentais são uma realidade, mas assim como o sedentarismo pode ser combatido com atividade física, distúrbios emocionais também podem ser prevenidas com um bom programa de saúde mental no trabalho.

FONTE : https://franklincovey.com.br

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