Paralisia de Bell
Ludgera Romor-Henes
Physiotherapist
Você já ouviu falar em paralisia de Bell?
Paralisia facial idiopática (Bell’s palsy, em inglês), também conhecida como paralisia facial idiopática, é muito mais comum do que imaginamos.
Quem nunca teve um vizinho, um amigo, um familiar que em um belo dia acordou com o rosto paralisado sem um motivo aparente?
A incidência anual da paralisia de Bell nos Estados Unidos, por exemplo, é de, em média, 30 casos a cada 100 mil habitantes, com uma estimativa de 40 mil indivíduos afetados a cada ano. Um número considerável para começarmos a falar mais sobre essa doença.
Ao perceber a paralisia facial, a boca torta, o olho caído, a dificuldade em falar, comer e sorrir, é comum que as pessoas confundam os sintomas com os do “derrame cerebral”. Diferentemente do AVC (acidente vascular cerebral, em que ocorre uma alteração no fluxo sanguíneo do cérebro), a paralisia de Bell não apresenta alterações neurológicas.
Esse tipo de paralisia foi a mesma que atingiu a atriz Angelina Jolie após sua separação em setembro de 2016. Pode acometer homens e mulheres de todas as idades, porém é pouco comum durante a infância e a adolescência. A literatura cita que podemos ficar mais atentos a alguns fatores que aumentam as chances de uma paralisia facial: predisposição genética, dores de ouvido, gripes, resfriados, situações de estresse grande, baixa imunidade, otite média, distúrbios na glândula parótida, mudanças bruscas de temperatura, vírus que possam atingir o nervo facial (vírus da herpes simples, herpes zoster-varicela/catapora), mononucleose (a doença do beijo), vírus da rubéola, entre outros fatores. A verdade é que não se sabe ao certo a razão dessa patologia.
O diagnóstico de paralisia de Bell é geralmente realizado de forma clínica e o tratamento consiste no uso de antivirais e corticosteroides e muita fisioterapia. Durante as sessões de fisioterapia o paciente com paralisia facial é estimulado a fazer muitas mímicas faciais, muitos exercícios, alongamento da musculatura facial e crioterapia, e até eletroterapia (os famosos choquinhos).
Na prática clínica se alcançam resultados excelentes com o uso da eletroterapia juntamente com outras técnicas terapêuticas. É importante recomendar que o paciente procure ajuda de um fisioterapeuta assim que tiver o diagnóstico médico. Quanto antes começarem os exercícios, melhor. A duração do tratamento varia muito de caso para caso e depende de vários fatores.