Eyes of the street
A ideia do projeto Eyes of the Street surgiu em 2014, quando Giselle Barboza, fundadora do projeto, trabalhava em um documentário para o Channel 4 News, de Londres, o qual investigava a prostituição infantil no Brasil. Ao assistir às imagens trazidas do Brasil em um estúdio de Londres, o olhar perdido de um garoto de 8 anos que cheirava cola nas ruas do Recife chamou a atenção de Gisele.
Naquela noite ela já não conseguia mais dormir, pensando no que faria mesmo de longe para ajudar meninos como aquele a ter alguma oportunidade na vida. Começou a colocar suas habilidades em um papel e aos poucos foi dando forma a um projeto social que unia criatividade, fotografia e oportunidade aos mais carentes.
“Perguntei-me se aquele menino tinha uma casa ou fazia parte de uma comunidade... Quais seriam suas habilidades e talentos? O que ele fazia no seu cotidiano?”, disse Giselle.
Foi então que, em parceria com Daniel Meirinho, cofundador do projeto, professor de comunicação social na Universidade Federal do Rio Grande do Norte e com mais de dez anos de experiência em workshops de fotografia em comunidades periféricas de todo o mundo, desenvolveu o projeto Eyes of the Street; após dois anos fazendo parcerias, definindo modelo operacional e procurando uma ONG parceira no Recife, o projeto se concretizou.
Em maio de 2016, o projeto Eyes of the Street acontecia no Recife, nordeste do Brasil. Foram distribuídas câmeras para 16 jovens da periferia dos bairros do Arruda e Santo Amaro. Os jovens participaram de workshops de fotografia na sede do projeto social local parceiro, chamado Pé no Chão no bairro do Arruda, e em seguida seguiram para captar imagens do seu dia a dia, das suas histórias, imagens da realidade a partir do olhar de cada um.
O projeto Olhares da Rua / Eyes of the Street tem o objetivo de empoderar crianças e jovens em situação de risco e vulnerabilidade social a serem protagonistas de suas histórias, a partir de ferramentas criativas como a fotografia. E assim reposicionarem suas realidades com base em seus próprios olhares.
Foram feitas 4 mil fotos e em seguida foi montada uma exposição para que todos da comunidade pudessem ver. As câmeras usadas nos trabalhos são compradas pela própria equipe do projeto e no final da ação são doadas para a ONG local, a qual continua desenvolvendo o projeto com os jovens.
Logo após o projeto no Recife, a equipe embarcou para o povoado de Suzana, na Guiné Bissau, onde desenvolveu um projeto com 28 mulheres em parceria com a ONG Vida, com objetivo de que essas mulheres que nunca haviam segurado uma câmera experimentassem a fotografia como forma de empoderamento e liderança.