Adriana Chiari Magazine

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Os impactos da LGBTQIAP+fobia

Sabemos que em razão da homofobia enraizada nas sociedades atuais, as principais causas de estresse psicológico são: o preconceito em si, a árdua aceitação por parentes e colegas, assim como as críticas e os julgamentos vivenciados diariamente. Naturalmente, a exposição ininterrupta de demonstrações tão claras de intolerância torna a realidade da comunidade LGBTQIAP+ extremamente fatigante.

Nesse sentido, de acordo com a organização sem fins lucrativos, National Alliance on Mental Illness, sediada nos Estados Unidos, pessoas LGBT têm duas vezes mais probabilidade de desenvolver condições mentais adversas do que heterossexuais, enquanto para indivíduos transgêneros a probabilidade é quase quatro vezes maior do que para cisgêneros.

Posteriormente, as diretrizes e políticas públicas precisam visar uma análise mais abrangente acerca da saúde LGBTQIAP+, levando em conta problemas de cunhos biológicos, sociais, psicológicos e biopsicossociais, haja vista que as políticas e diretrizes em saúde estão voltadas para o reconhecimento da discriminação, violência e exclusão, mas ainda fortificando o reconhecimento de sua cidadania. Igualmente, o reconhecimento e o estabelecimento dessas políticas em âmbito federal, estadual e municipal são essenciais para assegurar e fazer acontecer essas diretrizes. Nesse viés, visando fortalecer, destacar, mostrar e combater os tipos de violência, discriminação e exclusão, o governo federal lançou em 2004 o programa “Brasil sem homofobia” .

Ao longo da história da população LGBTQIAP+ houve diversos tipos de violência, discriminação, negligência e descasos, em que quem não estava dentro dos padrões da sociedade era considerado “desviante”. De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde, os problemas de saúde, como os fatores biopsicossociais, ainda são invisíveis nas Américas, visto que ainda faltam informação, planejamento e ações em saúde que agregue toda as especificidades, cultura, direitos e deveres da comunidade LGBTQIAP+.

A vulnerabilidade da comunidade LGBTQIAP+ é um assunto que precisa cada vez mais de espaço dentro da nossa sociedade, principalmente pós-pandemia. Temos conhecimento que a questão da vulnerabilidade da população LGBTQIAP+ cada vez se agrava mais. Contudo, com a pandemia da covid-19, gerou-se um grande impacto social e emocional, que, como consequência, resultou em um afastamento de redes de apoio e aproximação de vínculos familiares, que raramente são receptivos diante do debate acerca da orientação sexual, tampouco sobre as questões de identidade e expressão de gênero que fogem da condição da cis-heteronormatividade.

O coletivo #VoteLGBT realizou uma pesquisa com cerca de 10.000 pessoas LGBTQIAP+. O maior desafio apresentado por elas foi vinculado à saúde mental, com um impacto negativo em 42,7% dos(as) respondentes. O #VoteLGBT é um coletivo, em processo de institucionalização que, desde 2014, busca aumentar a representatividade LGBT+ em todos os espaços, principalmente na política. Com isso entendemos que estes indivíduos precisam ocupar mais espaços na sociedade, realizando ações voltadas para a comunidade, com o fim de gerar visibilidade e combater estigmas e preconceitos contra a comunidade.

Dessa forma, uma sociedade sensibilizada e um Estado consciente dos direitos dessa comunidade, alcançados por meio de luta social e com muitos desafios, são pontos importantes para que oportunidades e debates existam em relação às necessidades dos indivíduos LGBTQIAP+, um deles é a saúde mental dessas pessoas que não raramente passam por situações emocionalmente deprimentes e traumáticas. Portanto, deve-se agir pelo avanço da sociedade e lutar pela dignidade de todas as pessoas.