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A história continua após os 60 

A história continua após os 60 

Diego Hatschbach Ferreira

Especialista em Projetos Sociais

 

Temas referentes a “longevidade”, “terceira idade” e “expectativa de vida” têm sido muito debatidos a nível global em razão dos desafios encontrados e das estratégias a serem realizadas para que a chamada “melhor idade” seja vivida com respeito e dignidade. Tornou-se obsessão natural de todo ser humano viver mais e cada vez melhor. 

 

Entre os países desenvolvidos, de acordo com o levantamento da Global AgeWatch Index 2015, realizado pela organização HelpAge International (matéria da Veja, setembro de 2015), a Suíça é o melhor país para os idosos viverem, seguida pela Noruega, Suécia e Canadá, pois desenvolve politicas e programas que objetivam  promover o bem-estar dessa faixa etária da população. Por curiosidade, segundo a mesma fonte, o Brasil ficou na 87ª posição no ranking no quesito “ambiente favorável para os idosos”.

 

Tornar-se idoso não é uma tarefa fácil, pois o processo de envelhecimento modifica as condições físicas e mentais, gera alterações no humor, diminuição da altura, falhas na memória, falta de interesse em cuidados pessoais, perda da mobilidade, da força e dos sentidos. Por outro lado, há os benefícios dessa nova fase da vida, entre eles: descontos em eventos culturais (shows, cinemas, teatros, etc.), transporte público gratuito, prioridade na esfera judicial e, talvez a parte mais gostosa, a de ser avô ou avó. Além disso, há algo exclusivo da pessoa idosa: a experiência de vida.

 

De fato, há pouco conhecimento sobre o processo de envelhecimento em si, todavia estudos e pesquisas nos campos da medicina e da ciência apontam que a saúde da pessoa idosa tem diversas particularidades e sua abordagem deve ser individualizada e multidimensional para se atingir a qualidade de vida desejada. Os profissionais da saúde têm enfatizado as avaliações de vulnerabilidade do indivíduo idoso, justamente no sentido de prevenir as complicações do envelhecimento e manter o idoso robusto.

 

A Prof.ª Dr.ª Anna Raquel Silveira Gomes, da Universidade Federal do Paraná, afirma que “a maioria das pessoas almeja chegar aos 60 anos de maneira ativa, produtiva e saudável”, e para atingir esses objetivos é necessário            que você faça  investimentos na saúde física e mental ao longo de sua vida (de acordo com as condições financeiras, econômicas e sociais de cada indivíduo), o que inclui acesso à alimentação e garantia de boa nutrição, acesso a água potável e rede de saneamento básico adequado, condições de trabalho seguras e saudáveis, viver em ambiente saudável, prática regular de atividade física (de duas a três vezes por semana). 

 

Atualmente, a maior procura por profissionais no mercado de trabalho é pelo público mais jovem (caracterizado pela inovação e facilidade ao lidar com as tecnologias), já que pessoas “mais velhas” são julgadas muitas vezes como improdutivas, caras e sem criatividade. Diante disso, organizações começam a adotar novos comportamentos de gestão, agindo com responsabilidade social e com melhores alternativas para acolher pessoas idosas com a devida dignidade para que se sintam úteis. 

 

Os países europeus estão buscando formas de motivar os profissionais com mais de 60 anos a retornarem para o mercado de trabalho, compreendendo que esse público é peça-chave na economia, pois na linha da diversidade, permite a troca de conhecimentos, além de estimular qualidades como a resiliência, equilíbrio emocional e capacidade para resolver problemas, características diferenciais e únicas desse grupo.

 

O aumento do número de pessoas com idades avançadas que ainda são produtivas e estão dispostas a continuar trabalhando faz com que empresas repensem com maior responsabilidade soluções de recrutamento e retenção para esse público. A inserção e a retenção de pessoas idosas no mercado de trabalho devem ser vistas como uma oportunidade que trará as seguintes vantagens:

 

a)    Promoção da inclusão e interação geracional no ambiente;

b)   Obtenção de mão de obra qualificada, madura e motivada;

c)    Estímulo à diversificação no ambiente organizacional;

d)   Mediação de conflitos por meio de serenidade emocional;

e)   Complementação das habilidades dos trabalhadores mais jovens.

 

Que possamos aproveitar cada vez mais dessa fonte incrível de sabedoria e que suas palavras nos façam pessoas melhores. Gratidão aos Idosos e às Idosas de todo o planeta!

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