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Você sabe o que são vieses inconscientes?

Você sabe o que são vieses inconscientes?

Por Alice Salvo Sosnowski, fundadora O Pulo do Gato Empreendedor*

 

 

Eles estão em todos os lugares, em todas as pessoas, independente do lugar, idade ou gênero. Estão por aí comandando opiniões, tomando decisões e criando preconceitos em nosso nome. E não adianta dizer que você está imune a esta doença, que já é vacinada. Não tem escapatória, todos nós temos vieses inconscientes. 

 Pronto! Dito isso, fico mais tranquila para começar essa conversa. Porque é muito fácil apontar o dedo e dizer que o outro é preconceituoso e ultrapassado. Difícil é olhar para dentro, lá no inconsciente, e perceber que também temos nossas limitações. 

Vieses inconscientes são preconceitos incorporados no nosso dia a dia e estão baseados em estereótipos de gênero, raça, classe, orientação sexual, idade, etc. Eles afetam nossas ações e julgamentos sem que prestemos atenção e também nos bombardeiam nas notícias de jornais, nas opiniões pela internet e nas rodas de conversa. 

Quem nunca ouviu que uma mulher de negócios é agressiva e o homem é objetivo? Ou que o negro de paletó só pode ser um segurança de shopping, enquanto o branco é um alto executivo? Que meninas gostam de brincar com suas bonecas e os meninos se jogam no futebol? 

A conta gotas esses vieses prejudicam nossa noção de identidade, liberdade de expressão e reconhecimento do outro. Não tem jeito, o viés sempre chega antes e embaça nossa visão da realidade. Sem percebermos estamos julgando, simplificando, generalizando enquanto tem tantas opções e diversidade a serem consideradas. 

 A melhor forma de escapar dos nossos vieses inconscientes é atacá-los de frente! Partir para auto-observação e perceber quando estamos reagindo no piloto automático, sem pensar. Por exemplo: se vemos uma mulher negra trabalhando em um hospital, podemos dizer logo que ela é uma enfermeira. Será? Por que pensamos isso? Como podemos reagir sem estereótipos? Ela não pode ser a cirurgiã chefe? 

Para sair dessa armadilha é preciso sempre questionar as primeiras impressões e quebrar os hábitos. Substituir pré-conceitos por perguntas e buscar conhecer melhor as pessoas por suas características individuais, suas histórias, suas singularidades. 

 Fazer um esforço consciente e constante de colocar-se no lugar do outro e adotar novas perspectivas. É preciso exercitar a mente todos os dias. A prática vai fortalecendo o novo hábito e os padrões vão sendo modificados.

Autoconsciência, empatia e curiosidade são as palavras-chave para se livrar dos vieses inconscientes e encontrar um novo modo de ver o mundo bem mais diverso e interessante. 

Para terminar, deixo uma pergunta, uma dica e uma sugestão de aprofundamento neste tema. E aproveito para agradecer a inspiração. Esse artigo é baseado no workshop de “Vieses Inconscientes” ministrado pela especialista Simone Bianchi da ONU Mulheres num treinamento promovido pela Rede Mulher Empreendedora em janeiro de 2020. 

 

 

  1. Pergunta: em seu dia a dia, você convive com quantas pessoas diferentes de você, que estão fora do seu padrão?  

  2. Dica: diversifique seu repertório. Leia outras mídias, converse com pessoas diferentes, saia da sua bolha

  3. Sugestão: assista ao filme Eu Não Sou Um Homem Fácil, em que um chauvinista acaba em um universo paralelo onde papéis estereotipados de gênero são revertidos. Comédia romântica francesa de 2018, lançada pela Netflix. E não venha me dizer que isto é filme de mulher ok?! 

 

 

*Alice Salvo Sosnowski, é jornalista, pesquisadora, autora do livro Empreendedorismo para Leigos, professora de empreendedorismo, mentora de empreendedores e startups e consultora com mais de 12 anos de atuação. Saiba mais em: http://www.opulodogatoempreendedor.com.br

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