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Que cara é essa?

Que cara é essa?

 

 

Por Vera Mendes

 

“... Sob a face também mora um eu maior

Um caçador de si e da imortal beleza

Eterna criança, herói na natureza

Construindo a si próprio superior

O divino é sua meta

Intérprete do Amor

Sob a face…

O Poeta”

Wilson Trannin Filho

 

Alguma vez você já passou por alguma dessas situações?

 

·     Alguém disse que você estava brava, mas você se sentia normal!!

·      Alguém disse que você parecia estar com asco de alguma coisa, mas você se sentia normal!!!

·      Alguém disse que você deveria estar passando por alguma situação difícil, pois aparentava cansaço e tristeza, mas você se sentia normal!!

·      Alguém te disse, de repente: MAS QUE CARA É ESSA??!! E você se assustou com essa colocação, pois se sentia normal, ora!!!

 

Se você disse SIM a alguma dessas situações, leia atentamente o conteúdo a seguir, pois com toda certeza, você não é o(a) único (a) a passar por essa situação.

 

A busca pela compreensão das expressões na face humana, mais precisamente a identificação e reconhecimento das “verdades” que a face não esconde, tem sido tema para a estética, a comunicação interpessoal e a arte investigarem.

 

Inúmeros cientistas têm se dedicado a tentar explicar a origem das expressões faciais, definindo e descrevendo suas características principais e as relacionando com as emoções. Duchenne de Boulogne, Charles Darwin, Gary Faigin, Paul Ekman e Freitas Magalhães foram os que mais se aprofundaram nessa ciência.

 

 

A comunicação pode ser compreendida ou expressada por 3 vias básicas:

 

1.   A comunicação oral/verbal: que engloba voz, fonética, articulação das palavras e linguagem – verbal ou por sinais (gráficos ou outros)

2.  A comunicação corporal (tradicionalmente bem representada por italianos e portugueses!!!)

3.  A comunicação pela expressão facial

 

Entretanto, segundo alguns estudiosos sobre comunicação, cerca de 30% da comunicação se refere ao segmento verbal ou oral, sendo atribuídos cerca de 70% ao aspecto não verbal (comunicação facial e corporal).

 

A face tem sido um importante elo interpessoal na comunicação das emoções e pensamentos e também um dos instrumentos mais concorridos na exploração de suas infindáveis nuances e adaptações estético-culturais. 

 

Existem 7 expressões faciais básicas: alegria, tristeza, surpresa, medo, asco (nojo), surpresa e desprezo (indiferença). Cada uma delas possui um conjunto de unidades de ação musculares específicas na face. Cada uma dessas expressões é realizada  sobre um tipo de formato facial ósseo (tipologia facial) e sob um tipo e idade específica de pele. As expressões faciais que mais utilizamos, de acordo com emoções que carregamos, conscientemente ou não, marcam de alguma forma, ao longo dos anos, nossa face.

 

Para os usuários de línguas de sinais, por exemplo, o uso das expressões faciais cumpre papéis específicos, desde expressar emoção, tal como na  língua falada, como também de assinalar estruturas de gramática específicas dessa língua. Além da função comunicativa em si, é importante considerar a relação entre potência e graduação de força em cada unidade de ação muscular na face e a manifestação delas nas rugas de expressão durante a comunicação. De acordo com a frequência, velocidade e força em cada ponto específico da face, somadas às condições de saúde da pele dessa face, encontraremos sinais apenas dinâmicos ou também estáticos, denominados de “rugas ou linhas de expressão” permanentes.

 

Na Medicina pode-se encontrar perda de expressividade facial (rigidez muscular da face)  sendo proveniente da utilização de fármacos (sistêmico) e também por alterações da dinâmica das expressões faciais devido à frequência de aplicações da toxina botulínica. 

 

As alterações ou distorções na expressão facial das emoções, decorrentes da ação da toxina botulínica, são também um segmento de importante investigação, pois o bloqueio do neurotransmissor nos músculos da face pode alterar significativamente as unidades de ação que definem determinadas expressões faciais da emoção.

 

Tais efeitos levam a desejar entender sobre possíveis alterações das expressões faciais das emoções, tanto em termos da intensidade na força das AUs (unidades de ação muscular específicas na face) quanto das regiões faciais mais afetadas, além de compreendermos melhor o que tais ações musculares, ao longo do tempo, podem trazer de “configuração facial básica”, também chamada de “baseline” – expressão facial configurada por uma história de vida, trazendo, então, determinadas linhas ou rugas que nos sugerem um estado emocional específico, mas que não necessariamente refletem o real estado de espírito da pessoa naquele exato momento.

 

Em outras palavras,  de acordo com a frequência, força e velocidade de determinadas expressões (inconscientes ou não) ao longo de um tempo determinado, e dependendo da idade biológica dessa pele que recobre esses músculos  faciais, podemos encontrar efeitos (marcas – rugas estáticas) que poderão estar transmitindo aos outros aquilo que, naquele momento, não estamos sentindo.

 

Além desse aspecto, podemos considerar também que existem tipologias faciais (ósseas e/ou hereditárias), segundo nossa origem familiar, que muitas vezes podem trazer marcas características daquela origem. 

Até o Facebook se aventura a dizer, de acordo com nossas linhas faciais, de que local do planeta nossa face parece ter se originado!!! E então, se eu expresso algo na minha face que eu não quero expressar, o que fazer? Existe uma forma para minimizar ou suavizar esses efeitos??

Sim. Existe.

 

A fonoaudiologia estética da face tem como objetivo tratar a face, tanto na reconfiguração do contorno facial, diminuição de rugas e linhas como também na reeducação neuromuscular de cada uma das AUs (unidades de ação) na face.

Por meio de massagens, biofeedback e exercícios faciais é possível reeducar os músculos faciais, trazendo mais consciência, sensibilidade, percepção e controle sobre algumas ações expressivas faciais não desejadas.

 

Vamos fazer uma experiência – para abrirmos nossa expressão do olhar, minimizando aquela expressão de cansaço e/ou tristeza:

 

Feche os olhos, colocando as mãos na vertical sobre eles (sem fazer peso);

Respire fundo abrindo as mãos como uma janela, empurrando ao mesmo tempo a região das têmporas para trás (em direção à raiz dos cabelos). Melhore o resultado, puxando suavemente também os cabelos para trás. Observe que seu olhar se expande. Agora, solte as mãos, sem soltar a expressão ou os músculos das têmporas. Tente mantê-lo firme e aberto, mesmo sem a ajuda das mãos.

Faça isso 3x seguidas,  de 3 a 5x por semana.

 

Não esqueça de tirar uma foto antes e compará-la depois de 6 semanas de prática. Voçê verá uma grande diferença na sua expressão do olhar!

 

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