Adriana Chiari Magazine

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Nióbio, Mitos e verdade.

Muito tem se falado sobre o nióbio, um elemento químico metálico, símbolo Nb, discute-se hoje sobre o péssimo aproveitamento deste mineral pelo Brasil, onde se encontram as maiores reservas de Nióbio no mundo.

O Brasil responde hoje por 98% da produção de nióbio no panorama mundial, seguido pelo Canadá (2%), Austrália (0,46) e outros países como Rússia, Finlândia, Egito etc.

Mas será mesmo verdade que o Brasil não tira vantagem dessa excepcional posição estratégica?

Vamos ver a seguir;

É preciso primeiro entender que o nióbio é um mineral muito utilizado por industrias de ponta, de alta tecnologia no mundo, é muito resistente a corrosão e a altas temperaturas, por isso é usado como liga de grande resistência por indústrias aeroespacial, satélites, aparelhos de ressonância magnética, turbinas de avião entre outros, isto posto, já dá para você ter uma ideia do potencial deste mineral.

Alguns chegam a dizer que o nióbio é mais valioso que o Ouro, o que não é verdade, isso é um mito, em 2012 a tonelada do Nióbio era comercializada em média por US$26.500, enquanto que a onça do Ouro (31,10 gramas) por US$1.718,00.

Outro mito é que o Nióbio seja o mineral mais raro do mundo, uma meia verdade, mas é preciso saber que o Nióbio tem concorrentes diretos como o vanádio, tântalo e o titânio, que detém as mesmas características, podendo assim ter um substituto a altura.

É verdade que o nióbio brasileiro é cobiçado mundialmente, verdade também que o Brasil não tem uma política específica para o nióbio, não havendo qualquer discussão sobre o tema no novo marco regulatório de mineração, o que eu acho uma falha absurda!

Comenta-se também que grande parte das nossas reservas de nióbio é contrabandeada, fato que ainda não foi comprovado, mas onde existe fumaça…

Um terceiro mito é afirmar que somente o nióbio seria capaz de solucionar todos os problemas do país, talvez isso possa acontecer se o preço do mineral chegar aos patamares dos valores do ouro e do petróleo, o que não é o caso.

O nióbio hoje é o terceiro item mais importante nas exportações brasileiras, mas é verdade também que essa posição pode melhorar, bastando para tal que o governo brasileiro seja mais ativo e passe a se interessar mais pelo tema.

O fato é que após esta breve abordagem, fica claro que o Brasil necessita ter uma atuação mais eficaz no comércio do mineral, ditando o valor do mesmo perante o mercado internacional, diferentemente do que ocorre hoje, quando a Inglaterra, que não tem jazidas de nióbio, comercializa 50% de toda a nossa produção e é responsável por estipular o valor do mineral no mercado internacional.

Acorda Brasil!

Agindo local, pensando global.

Dr. Carlos Avelino

Fonte: https://carlosavelino.com