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A busca do meu eu interior. 

A busca do meu eu interior. 

 

Por Magda Lizbir Gomes

Terapeuta Holística. 

 

Ninguém é a mesma pessoa o tempo todo. E os que dizem que são irredutíveis em suas convicções, ou são tolos ou mentem para si mesmo. A vida não vai nos trazer para sempre as mesmas questões, os mesmos conflitos, nem as mesmas alegrias. Aprendemos algo a cada dia, e a grande riqueza de um ser é ter a capacidade de adaptar-se, de usar o que aprendeu para se tornar alguém melhor. Todo mundo muda e só tem a ganhar com isso. Há sempre outros “eus” que acabamos conhecendo em nós mesmos.

 

O ser humano passa por várias etapas, que se dão desde o nascimento até a morte, e entre estas duas situações encontram-se as fases do desenvolvimento humano, o seu viver, o processo de envelhecer, começando com o período pré-natal onde a história humana já começa a ser escrita.

 

Durante essas etapas, nascimento, primeira infância, segunda e terceira infância, pré-adolescência, adolescência, fase adulta, meia-idade e velhice passam muitas coisas na nossa vida, e o mais terrível de tudo é chegar na fase adulta ou na meia-idade e não saber quem “Sou Eu”.

 

Mas não existe a possibilidade de fugirmos de nós mesmos, já que a verdadeira liberdade advém da própria conquista consciente do “eu”.

O percurso para a descoberta do seu verdadeiro eu e do seu lugar no mundo é tortuoso e dura a vida inteira, mas não precisa ser assustador ou atemorizante. Quando cair a ficha de que o processo de se encontrar é contínuo, significa que você já entendeu o segredo de estar nesta vida.

 

Sofremos porque não nos conhecemos, porque não somos conscientes de como funcionamos. O sofrimento existencial é produto da ignorância, sendo nós mesmos os geradores destes mesmos sofrimentos de que tanto desejamos nos desvencilhar e que nos seriam poupados, caso nos conhecêssemos.

 

Quando pensamos que estamos fugindo algo acontece... ficamos doentes ou um ente querido morre, adoece ou nos deixa. Às vezes é necessária uma grande crise para que a gente perceba que estamos no caminho errado e partimos para a nossa conquista. 

 

A partir desta conquista, a maior de todas que podemos fazer, não buscaremos nos satisfazer nos prazeres e ilusões externas, tampouco precisaremos da incessante aprovação dos outros, visto que estaremos satisfeitos e preenchidos conosco. No entanto, para que esse processo se inicie, é necessário coragem para sairmos da nossa zona de conforto, o que gera certo sofrimento e readaptação, ou seja, gasto de energia para encarar estados emocionais negativos; paciência e perseverança no processo de mudança de paradigmas e hábitos, mas que indubitavelmente valerão a pena.

 

O ser humano se transforma ao caminhar e também transforma o caminho em que anda. Nisso reside a possibilidade de também acontecer uma tragédia: o desperdício de uma vida com seus talentos truncados se não conseguirmos ver ou não tivermos audácia para mudar para melhor em qualquer momento, e em qualquer idade. Busque encarar o processo como algo contínuo e não como um objeto a ser alcançado rapidamente. 

 

O processo de autoconhecimento nunca acaba, pois o ser humano está em constante mudança. Em vez de encarar o seu eu interior como algo que você descobre e passa a conhecer para sempre, é preciso olhar para dentro e aprender mais sobre si mesmo o tempo todo. Conforme o mundo e a vida mudam, você também muda. Não tape os olhos para essas novas descobertas por acreditar que já sabe o suficiente.

 

Olhe para o passado e perceba quantas vezes você errou quando pensava se conhecer. Quantas vezes mudou de gostos, desejos e objetivos ao crescer? Mesmo que tenha certeza de quem você é agora, saiba que a mudança deve continuar a acontecer com o passar do tempo o tempo todo.