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Mulheres indianas lideram a indústria de Tecnologia de Informação

Mulheres indianas lideram a indústria de Tecnologia de Informação

 

Ronise Nepomuceno

Jornalista

 

Uma pesquisa recente da Open University, no Reino Unido, revelou que o número de mulheres trabalhando na área de Tecnologia de Informação é bem maior na Índia do que em todo o Reino Unido. 

 

Enquanto a percentagem de mulheres britânicas trabalhando nessa área é de apenas 17%, as indianas lideram com mais de 35%.  Em geral, o número reduzido de mulheres nesta indústria é atribuído ao estereótipo de TI ser considerado como um assunto de domínio masculino. Mas pelo que tudo indica, tal estereótipo nunca existiu na cultura indiana. Aliás, como também não existia nos países ocidentais até 1970.  

 

Entre a Segunda Guerra Mundial e o final dos anos 60, mulheres dominavam o setor de computação no Reino Unido. De acordo com o livro Programme Inequality, de Mary Hicks, enquanto esse país era líder de computação eletrônica de 1944 a 1974, as mulheres formavam a maioria nesse campo de trabalho. Elas eram responsáveis por operar computadores que tomavam uma sala inteira, fazendo o processamento de dados e organização de arquivos. Mas essas tarefas eram associadas ao secretariado e, portanto, possuíam menos status. 

 

Por volta do início dos anos 70, houve uma mudança na forma como a computação era vista. O governo britânico e a indústria perceberam o quanto computadores eram poderosos. Foi a partir daí que mulheres começaram a ser substituídas por homens, que por sua vez foram bem-vindos com remunerações mais generosas e funções com maior status.  

 

O ambiente de trabalho se tornou gradualmente mais hostil para mulheres, o que levou muitas a desistirem da área. Mas toda essa discriminação custou caro para a indústria de computação britânica. A escassez de mão de obra fez com que o Reino Unido perdesse a liderança em TI.  Enquanto isso, a Índia se tornou o segundo maior país exportador de serviços de Tecnologia de Informação, sendo agora o maior fornecedor para os Estados Unidos e a Comunidade Europeia.  

 

Em 2016, o Peterson Institute for International Economics fez uma pesquisa com 22 mil empresas globais e provou que aquelas que aumentaram o número de mulheres em gerenciamento em até 30%  foram compensadas com um aumento de 15% em lucros. Não é por acidente que agora vemos mais iniciativas visando aumentar as oportunidades para mulheres em TI. Diversidade de gênero contribui não apenas para a rapidez na solução de problemas e inovação, como também para lucros.