Adriana Chiari Magazine

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Câncer de endométrio 

Câncer de endométrio 

Dra. Vania Martins

 

 

Yasmin, nao tenho certeza se isso vai, precisa verificar com Adriana.

 

Ginecologista com residência médica no Hospital Salgado Filho – Rio de Janeiro  e Mestrado em Saúde Reprodutiva  pela  Universidade de Londres – UCL Diretora Médica  da Clínica Vania Healthcare LTD – Hampstead – London

 

 

 O câncer de endométrio (camada interna do útero) geralmente ocorre entre mulheres acima de 40 anos de idade, na perimenopausa e na pós-menopausa. A maioria dos casos é diagnosticada em mulheres dos 50 a 60 anos de idade, com 92% de ocorrência em mulheres com mais de 50 anos.

 

Tipicamente, ocorre sangramento vaginal fora do período menstrual (chamado sangramento intermenstrual). O diagnóstico é feito por meio do exame de ultrassonografia transvaginal 2D/3D e com o uso de uma câmera colocada dentro do útero pra observar a cavidade (exame de histeroscopia).  Ao mesmo tempo realizamos a chamada biópsia endometrial. 

 

O tratamento varia de acordo com o estágio da doença: pode exigir retirada total do útero, das trompas e dos ovários, com remoção dos gânglios pélvicos. Em casos muito avançados, indicam-se, em geral, radioterapia, quimioterapia ou hormonioterapia.

 

O câncer de endométrio é mais comum em países desenvolvidos, onde o consumo de gordura de má qualidade é elevado, como nos Estados Unidos, Inglaterra e alguns países árabes. Nos Estados Unidos, esse é o quarto câncer mais comum em mulheres, afetando 1 em cada 50, tornando-se mais comum à medida que a síndrome metabólica (obesidade, pressão alta e diabetes) aumenta. 

 

 

Etiologia

Os fatores de risco mais relevantes são:

 

  • Obesidade  IMC de 30 ou acima

  • Diabetes

  • Hipertensão

  • Hipotireoidismo 

  • Síndrome metabólica

  • Síndrome dos ovários policísticos

  • Nuliparidade (nunca engravidou)

  • Menopausa tardia (55 ou mais)

  • Anovulação (disfunção ovulatória)

 

 

 

Outros fatores de risco a serem considerados: 

 

  • Estrogênio sem uso de progesterona

  • Uso de tamoxifeno por mais de 5 anos

  • História de radioterapia pélvica

  • História pessoal ou familiar de primeiro grau com câncer de mama ou ovário

·      A hereditariedade contribui para o câncer de endométrio em até 10% dos casos

 

Patologia

O câncer de endométrio geralmente é precedido de hyperplasia endometrial (engrossamento da camada interna do útero). O adenocarcinoma é responsável por mais de 80% dos cânceres de endométrio e pode se espalhar para fora do útero por meio da corrente sanguínea ou dos vasos linfáticos.

 

Sinais e sintomas

A maioria das mulheres apresenta sangramento uterino anormal, por exemplo: sangramento pós-menopausa e metrorragia recorrente na pré-menopausa. Poderá também ocorrer corrimento vaginal semanas ou meses antes do sangramento pós-menopausa.

 

Diagnóstico

  • Exame ginecológico

  • Ultrassonografia transvaginal 2d/3d pra checar dentro do útero

  • Histeroscopia com biópsia  da cavidade do útero

 

Uma vez diagnosticado, a avaliação pré-tratamento inclui eletrólitos séricos, testes de funções renal e hepática, hemograma completo, radiografia de tórax, ECG e tomografia pélvica e abdominal (para verificar se há câncer extrauterino ou metastático).

 

Prognóstico

O prognóstico é pior para tumores de alto grau, de disseminação mais extensa e para pacientes idosas. As taxas médias de sobrevida em 5 anos são:

 

  • Estádio I ou II: 70 a 95%

  • Estágio III ou IV: 10 a 60%

 

Tratamento

  • Geralmente, retirada total do útero, trompas e ovários por laparotomia, laparoscopia ou cirurgia robótica

  • Remoção de linfonodos da pelve para-aórtica

  • Radioterapia pélvica com ou sem quimioterapia para o estádio II ou III

  • Terapia individualizada para estádio IV

Tratamento hormonal para diminuir as lesões