Adriana Chiari Magazine

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Você é homem ou mulher?

Ao longo da história, fomos colocados em caixas apertadas, de modo a suprimir nosso poder original.

Nos impregnaram com conceitos baseados no medo, na culpa, no pecado. A luta para sobreviver, o controle. Tudo isso derivado de energias masculinas. Criou-se um mundo de energia masculina.

E tudo isso, afetou a auto-estima da sociedade. Houve um enfraquecimento da nossa originalidade, nossa singularidade.

Nos homens, imagens ficaram impressas no desempenho, na competição, na importância de destacar-se dos outros, de defender seu território, ser duro, mostrar sua masculinidade.

A sensibilidade e as qualidades femininas, como a empatia e a capacidade de se conectar com os outros, são rejeitadas como características não apropriadas para um homem.

Na mulher, a ênfase é colocada em não se destacar, mas em ser capaz de entender os outros e estar preparada para servir, cuidar e doar de si.

O poder feminino refere-se a conexão e unificação; ele une as energias. A energia feminina abre-se para o exterior, a partir do coração, e acolhe com amor e ternura. De certa forma, a energia feminina carrega o universo. Ela é a fonte da conexão, da Unicidade. Está presente em toda a diversidade que enxergamos ao nosso redor: pessoas, animais, plantas… Através de tudo flui o Um: a mãe, a deusa, a energia conectiva e unificadora.

O que acontece com a autoestima dos homens e mulheres, quando eles têm que viver de acordo com estereótipos unidimensionais de masculinidade e feminilidade?

O homem geralmente desenvolve uma persona, ou falso eu, que ele deve apresentar para o mundo, porque sente que precisa se autoafirmar, ser um homem de ação.

A mulher também desenvolve uma persona, porque deve ser charmosa, boazinha, útil e aquela que cede, que doa.

Quando o homem ou a mulher tenta mostrar o outro lado de si mesmo, geralmente provoca sentimento de culpa, de vergonha, de inferioridade, ou o oposto – a impressão de ser presunçoso ou arrogante.

A energia feminina só pode fluir com seu verdadeiro poder, se a mulher reivindicar seu lado masculino, sua autonomia, sua liberdade e independência no mundo.

Para o homem, num certo sentido, é justamente o contrário. No decorrer de sua criação, ele geralmente é blindado contra seu coração, sua sensibilidade e a necessidade de cuidar, amar e proteger.

Ele deve distinguir-se e acaba sendo forçado à solidão, ao isolamento e ao sentimento de estar perdido, que o separa do todo. Ele perde a sensibilidade, não ousa entregar-se ao fluxo de emoções, sentimentos e do amor que certamente também está presente em seu coração.

Mas tanto a alma masculina, como feminina, desejam incorporar seus lados opostos, que já são uma parte intrínseca de cada um.

E assim, as mulheres projetam seus desejos no homem e vice-versa. Mas há um conflito porque a dependência nunca é uma boa base de relacionamento amoroso.

O que fazer?

Ambos precisam fazer uma conexão interna com seus próprios poderes masculinos e femininos. Essas energias devem estar juntas; elas são como as pás de uma hélice que são entrelaçadas entre si. Somente juntas elas podem crescer e florescer.

Se estiver vivendo num corpo masculino, você pode encantar-se com uma mulher, com sua aparência, sua beleza, o acesso que ela tem a determinadas energias, as forças unificadoras em seu interior.

Como mulher, você pode encantar-se com um homem: seu corpo, sua força, o sentido de proteção que pode emanar dele.

Atraves da mulher, eu conheço e desperto meus poderes femininos e vice versa. A maior alegria na criação é quando o Um encontra a si mesmo através do Outro.

Então, que usemos as relações para sentirmos novamente a ligação original entre as energias, a dança entre o feminino e o masculino. Sentirmos a integração, a fusão do masculino com o feminino dentro da gente.

Na fusão com o outro, a gente vira a gente. “Você” dentro de você. Esta é nossa verdadeira originalidade, singularidade. Este é nosso verdadeiro poder.

Acolhamos esse poder! Diguemos “sim” para nós mesmos – tudo o que faz parte da nossa humanidade tem permissão para ser – e nosso eu único flui para tudo que somos e fazemos. Não precisamos se esconder da nossa humanidade, não precisamos nos envergonhar dela.

Podemos passar a "ser". Únicos, originais, em toda nossa plenitude.

Written by

Luiz Buono

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