Os padrões estéticos de uma sociedade e seus efeitos.

Os padrões estéticos de uma sociedade e seus efeitos.

Por: Jacy Marioh

 

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A Igreja diz: o corpo é uma culpa. A ciência diz: o corpo é uma máquina. A publicidade diz: o corpo é um negócio. E o corpo diz: eu sou uma festa. (Eduardo Galeano)

 

Cada vez mais mulheres e homens denominados "perfeitos" são ícones de busca de indivíduos que procuram ser semelhantes a eles. Isso ocorre principalmente devido a um modelo imposto pela mídia que remete à Grécia antiga, onde um indivíduo belo era sinônimo de uma mente brilhante.

 

De acordo com Augusto Cury e seu conceito, o objetivo da ditadura da beleza é promover inconscientemente a própria insatisfação. A partir desse pensamento, constata-se que a atual sociedade de padrões estéticos simultaneamente com a mídia ditam um ideal inatingível de beleza, o qual provoca consequências significativas, como mudanças comportamentais e o exacerbado consumo. Desse modo, a problemática do culto à forma se potencializa e revela consigo uma real escravidão pela vaidade, o que acaba comprometendo a saúde de muitos.

 

A partir disso, é possível observar que as pessoas comprometem seu bem-estar em nome da vaidade exagerada. E a mídia é o maior propagador de submissão à estética, e exemplos como Barbie e Ken, além de comprovarem isto, mostram a questão da imagética do corpo ideal. E quem não se enquadra a esses padrões de beleza sofre com a exclusão social, o que promove o preconceito e limita a população apenas a uma visão sobre a forma. Prova disso é que no período Paleolítico a forma era utilizada como meio de expressão e comunicação; já na contemporaneidade, pela influência midiática, ela é responsável por um grande desequilíbrio no dia a dia.

 

Vivemos em um mundo capitalista, em que desejos e interesses são produzidos em massa. Para a indústria do consumo é mais prático padronizar gostos, pois assim promovem o consumo desenfreado. Hoje já se ouvem vozes contrárias a esses padrões. Entretanto, a mídia ainda tem forte poder nas representações sociais e, como forte aliada do sistema capitalista, contribui para que esses estereótipos sejam perpetuados.

 

A busca pela beleza é própria da natureza humana, mas não há necessidades para exageros. Portanto, é preciso reflexão, as pessoas precisam ser mais flexíveis consigo mesmas na tentativa de libertarem-se dessa visão limitada de beleza. Aceitação também faz parte do nosso processo de evolução. Os governos devem criar políticas para controle de propagandas que possam gerar preconceitos e investir em campanhas publicitárias de autoaceitação. Trabalho que deve ser feito também pela família junto às escolas, instruindo os jovens sobre como administrar seus desejos, a fim de coibir o abuso comercial e o superconsumo.

 

A sociedade precisa compreender que a singularidade da beleza está justamente no aspecto plural.

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