Justificando minhas curvas.


Justificando minhas curvas

Até onde eu justifico meus fracassos nas minhas curvas (ou peso)?

Associar o fracasso ao peso foi algo que fez parte da minha vida por muito tempo. Começo minha jornada na revista com um tema muito peculiar para mim, então peço a você licença para falar um pouco de como cheguei até aqui. Quilinhos sobrando sempre fizeram parte da minha rotina. Eu sinceramente não tenho lembrança nenhuma de um dia ter sido magra como minhas amigas e primas. Cresci ouvindo aquela velha frase: “Você tem um rosto tão lindo, por que não emagrece?”. E cada vez mais eu encolhia dentro da minha realidade, com a diferença de que não tinha sido eu que havia criado ela para mim. Sabe o que era pior nisso tudo? Esconder todo o meu amor próprio e satisfação pelo meu corpo, porque o meio em que eu estava inserida não me permitia me aceitar gorda e me amar daquele jeito.

O tempo foi passando e cada vez mais eu justificava os meus fracassos no meu peso. Na adolescência foi aquele fora do paquerinha, depois a reprovação no primeiro vestibular, aquela promoção tão sonhada no trabalho que nunca chegou e até mesmo a primeira demissão. Tudo doía muito. Mas era muito mais fácil justificar para os outros que me faltavam autoestima e segurança por causa do meu excesso de peso, e era somente isso que me prejudicava.

Quanta bobagem tentar enganar aos outros sobre como eu me sentia. Como foi ruim viver tantos anos tentando agradar e suprir as expectativas de quem queria me ver magra. Por que eu precisei fazer isso se eu sempre amei a imagem que via no espelho? Por que seguir modinhas de dieta, restrições alimentares radicais e até mesmo tomar remédios se eu sempre tive saúde com esse corpo? Não estou levantando a bandeira do desleixo, da alimentação desenfreada ou mesmo do sedentarismo. Estou falando de ter saúde e se amar do jeito que você é.

Você, curvy woman, que se ama assim e que esbanja saúde e bem-estar mesmo ostentando quilinhos a mais, pare de fingir que não se ama só para aderir às regras. Se você está satisfeita com seu corpo, pare de usá-lo para justificar suas fraquezas e fracassos. Se algumas coisas estão dando errado, existem milhares de formas de autoconhecimento para descobrir a raiz de seus problemas. Mas se você é realizada com seu templo, ame-o, respeite-o e cuide dele. Problemas aparecem para ser resolvidos, e se sua forma física NÃO é um deles, suavize a sua alma e o seu coração com bons pensamentos. E acima de tudo, se perdoe para poder começar a dizer “sim” para o seu recomeço. Recomece sendo você mesma; cheia de curvas e ostentando muito orgulho, amor próprio e felicidade.

Marcela Ximenes

Jornalista

 

 

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